As novas estrelas criadas por inteligência artificial

04 DE OUTUBRO, 2025

Os robôs já não pertencem mais ao futuro: estão aqui, agora. Em diferentes áreas, três personagens virtuais ganharam projeção e levantaram debates sobre o impacto da inteligência artificial na vida cultural e política. São três mulheres, mas nenhuma delas é humana: uma atriz de traços latinos, uma cantora de voz marcante e uma ministra responsável pelo combate à corrupção em seu país.

A primeira delas é Tilly Norwood, apresentada no Festival de Cinema de Zurique na última semana. Jovem, carismática e criada por IA, chamou atenção de produtores e já despertou o interesse de agências de talentos. Sua estreia no cinema indica que personagens virtuais podem disputar espaço com atores de carne e osso, levantando questões sobre o futuro da profissão.

No mercado musical, quem brilha é Xania Monet. Desenvolvida por algoritmos, ela fechou contrato milionário de cerca de R$ 16 milhões com uma gravadora americana e já soma milhões de reproduções em plataformas digitais. Sua ascensão coloca em pauta dilemas sobre autoria, direitos de imagem e o valor da experiência humana na arte.

Na política, o caso mais surpreendente vem da Albânia. Diella, ministra criada por inteligência artificial, participou de uma videoconferência no Parlamento, apresentando um discurso contra a corrupção. A experiência dividiu opiniões: de um lado, o fascínio pela tecnologia; de outro, o temor sobre os limites do uso de avatares em funções de governo e nas instituições democráticas.

Esses três exemplos mostram como a inteligência artificial deixou de ser apenas uma ferramenta de apoio e passou a ocupar papéis centrais em setores estratégicos da sociedade. Atrizes, cantoras e ministras virtuais expõem tanto as oportunidades quanto os riscos de uma era em que a linha entre humano e digital se torna cada vez mais tênue.