Pesquisa mostra como empresas brasileiras estão adotando IA Generativa

04 DE OUTUBRO, 2025

O Brasil começa a desenhar um retrato mais nítido sobre como as empresas estão adotando Inteligência Artificial Generativa. O relatório “O mapa da GenAI no Brasil: da estratégia à implementação”, produzido pelo TEC.Institute em parceria com a MIT Technology Review Brasil, mapeia a maturidade das organizações, os obstáculos mais recorrentes e as oportunidades para capturar valor com a tecnologia. O estudo oferece um diagnóstico inédito sobre a realidade nacional diante de uma tecnologia que já transforma mercados em escala global.

A pesquisa consultou 350 executivos de diferentes níveis hierárquicos e setores — de educação e varejo a finanças, indústria, energia, saúde e governo — para avaliar a jornada da GenAI em cinco dimensões: estratégia e liderança; governança e responsabilidades; ética e riscos; capacitação e cultura técnica; implementação e integração. O relatório organiza essa jornada em cinco níveis de maturidade (de “Observador” a “Visionário”) e identifica dois perfis predominantes: organizações estruturadas, que tratam a GenAI como prioridade executiva, e não estruturadas, ainda sem plano formal.

Nos bastidores estratégicos, a GenAI já entrou na agenda decisória: a maioria das empresas discute o tema em fóruns internos. Mas o debate ainda não se converteu em planos robustos: parcela relevante segue em construção de estratégia ou sequer iniciou esse processo. As lacunas de governança aparecem com força — muitas companhias não têm responsável dedicado por GenAI — e a LGPD surge como fator regulatório influente, exigindo clareza sobre responsabilidades e compliance. Em ética, quase metade ainda não adota normas específicas para uso responsável.

Na ponta operacional, o retrato é de adoção em ritmo desigual. Predominam projetos-piloto e integrações parciais, enquanto a integração total ainda é minoritária e uma parte expressiva nem começou. O relatório também alerta para a baixa taxa de retorno concreto: apenas cerca de 5% dos projetos apresentam impacto mensurável. Entre as razões, estão falhas de aprendizado organizacional, dificuldade de integração cultural e o risco do chamado shadow AI — quando colaboradores utilizam ferramentas de forma não controlada pela empresa.

O caminho proposto passa por três frentes: integrar GenAI aos sistemas do negócio (com métricas claras), investir em capacitação contínua e estabelecer governança ética e regulatória desde o início. O estudo alerta para um dilema nacional: seguir dependente de soluções estrangeiras ou construir protagonismo na cadeia de valor, inovando em aplicações, processos e integração para acelerar ganhos reais de produtividade e competitividade.

Fonte e relatório completo: MIT Technology Review Brasil / TEC.Institute – “O mapa da GenAI no Brasil: da estratégia à implementação”. Acesse em: https://tecinstitute.com.br/relatorio-genai